A exposição sobre a cultura Aluku e demais populações quilombolas da Guiana Francesa foi de 17/10 até 31/10/2025.
Dias 14, 15 e 16/10/2025 - Oficina de pintura com os artistas Franky Ameté e Antoine Dinguiou.
Dia 17 até 31/10 - Exposição sobre a cultura quilombola da Guiana Francesa.
Dia 17/10 - Exposição dos trabalhos de pintura realizados pelos alunos do Projeto Axé, participantes das oficinas de pintura.
Dias 20, 21 e 22/10 - Oficinas introdutória às danças tradicionais Awasa e Songe da Guiana Francesa
Dia 21/10, ocorreu uma fala sobre a música Aluku, no MAFRO (das 15h às 18h).
Sobre os artistas que vieram ministrar as oficinas e palestras:
Antoine DINGUIOU
Nascido em 1969 em Papaïchton, uma comuna no Vale do Maroni, na Guiana Francesa, filho de mãe aluku e pai ndjuka, Antoine Dinguiou é autodidata. Começou a esculpir aos 8 anos de idade, antes de desenvolver interesse pela pintura, que se tornou sua área de atuação. Trabalhando com os mais velhos, aprendeu os códigos da pintura Tembé, uma arte decorativa tradicional quilombola. Suas pinturas, então, aderiram às características da arte Tembé, que enfatiza formas geométricas e simetria.
Seu domínio de técnicas e simbolismo permitiu-lhe compartilhar seu conhecimento, tornando-se instrutor de 1994 a 1999 na associação "Libi Na Wan", em Kourou, que se concentra na solidariedade e na integração profissional. Nesse ínterim, em 1996, registrou-se na Câmara de Comércio da Guiana Francesa como artesão e abriu seu próprio negócio. De 2003 a 2015, lecionou artes visuais no Colégio Capitaine Charles Tafanier, em Papaïchton. Desde 2016, reside em Kourou, onde montou seu estúdio de pintura.
Em 2021, Antoine Dinguiou explorou os caminhos da liberdade artística. Ele desafiou os códigos tradicionais da arte Tembé e introduziu um novo estilo, o pontilhismo, em suas obras. Essa abordagem recebeu a aprovação dos chefes tradicionais, que foram consultados para validar sua inovação.
Reconhecido tanto por seus pares quanto no mundo artístico internacional, participou de inúmeras exposições na Guiana Francesa e no exterior (França, Suíça, Austrália, Senegal, Antilhas, Brasil, etc.).
Entre as mais recentes, destaca-se a exposição apresentada em Paris, na Maison de l’Amérique Latine, em 2022. Intitulada Marronnage, l’art de brisé ses chaîne (Marronagem, a arte de romper as correntes), esta exposição reuniu, além de esculturas e objetos tradicionais do século XX, obras de artistas e designers afrodescendentes contemporâneos, destacando assim, pela primeira vez, a continuidade artística da arte quilombola.
Após esta exposição na Maison de l’Amérique Latine, Antoine Dinguiou expôs na Guiana Francesa no ano seguinte, no Mercure Royal Amazonia, em Caiena, de 4 a 25 de março de 2023. Intitulada Explorando o Mundo da Imaginação, esta exposição reuniu esculturas e inúmeras pinturas que apresentavam sua nova técnica pictórica baseada no pontilhismo. No ano seguinte, em março de 2024, participou da exposição coletiva Partage, na prefeitura de Trois-Ilets, na Martinica.
Vale destacar que Antoine DINGUIOU recebeu diversas distinções ao longo de sua carreira, incluindo o prêmio Carbet de la Caraïbe, em 1989, e o primeiro prêmio do Salon des artistes peintres et sculpteurs Français d’Outremer, em 1996.
Franky AMETE
Nascido em 1965 em Paramaribo, Suriname, Franky AMETE completou toda a sua educação lá. Desde muito jovem, ele se envolveu profundamente com a cultura Bushinenge, sendo seu pai um Tembéman, que praticava escultura e pintura.
Em 1986, sua família se refugiou na Guiana Francesa quando eclodiu a guerra civil entre o governo militar do Suriname e o Comando da Selva, um grupo guerrilheiro Bushinenge. Eles se estabeleceram em Maïman, uma pequena vila no oeste da Guiana. Franky AMETE se estabeleceu alguns anos depois em Kourou, onde, de 1994 a 1999, frequentou cursos de formação em arte Tembé oferecidos pela associação Libi Na Wan (que significa "Eu quero saber" na língua Aluku). Artista perfeccionista e talentoso, tornou-se instrutor na década de 2000. Ao mesmo tempo, naquele mesmo ano, estabeleceu-se como comerciante individual e pintor independente.
Seus temas favoritos são identidade e meio ambiente. Seu lema, "a alma da tradição, a audácia da modernidade", resume bem seu trabalho: ele inova ao romper com os códigos da arte tradicional bushinengé, mesclando-a com influências modernas em termos de técnicas, materiais e cores. Assim, ele revisita padrões entrelaçados, pontuando-os com vazados, às vezes ignorando a simetria e dando livre curso à paleta de cores.
Ele também se destaca pela criação de obras monumentais, pela reciclagem de materiais e pela criação de uma linha de mobiliário urbano. A transmissão de conhecimento também é uma de suas principais preocupações. Ele compartilha seu conhecimento e visão por meio de inúmeras oficinas para escolas e o público em geral. Renomado pintor e escultor, Franky AMETE participou de inúmeras exposições na Guiana Francesa e em todo o mundo (EUA, França, Brasil, Antilhas, etc.).
Entre as mais recentes, a realizada em Paris em 2022 na Maison de l’Amérique Latine. Intitulada Marronnage, l’art de brisé ses chaînes (Marronagem, a arte de romper as correntes), a exposição reuniu obras de artistas e designers afrodescendentes, destacando pela primeira vez a continuidade artística da arte quilombola. Além deste evento, ele expôs naquele mesmo ano na Guiana Francesa, em duas cidades do oeste: Saint-Laurent-du-Maroni, em setembro, e Mana, em outubro. No ano seguinte, apresentou suas pinturas em Caiena, em fevereiro, e, em dezembro, participou da 15ª edição da Spectrum Miami, nos EUA, feira de arte contemporânea que reúne talentos emergentes e artistas renomados.
Ele atualmente reside em Saint-Laurent-du-Maroni, onde montou seu ateliê.








